A nomeação de Guilherme Derrite, para coordenar um projeto estratégico no Congresso, acentuou a desconfiança do governo Lula em relação ao deputado Hugo Motta. A movimentação é vista por interlocutores do Planalto como um sinal de que Motta estaria jogando em múltiplas frentes, o que já chama atenção da imprensa nacional, de analistas políticos e de lideranças partidárias.
Segundo apuração da Folha, exposta em matéria publicada no domingo (09/11), a escolha de Derrite — aliado de Tarcísio de Freitas e com perfil alinhado à direita — para liderar um projeto de segurança pública, foi interpretada como um gesto político que contraria os interesses do governo federal. Motta, que vinha se aproximando do Planalto, agora é visto com reservas por setores da base governista.
A nomeação ocorre em um momento delicado, em que o governo busca consolidar apoio no Congresso para pautas prioritárias. A movimentação de Motta, ao abrir espaço para um nome ligado à oposição, levanta dúvidas sobre sua real intenção política.
“A escolha de Derrite não foi combinada com o governo e surpreendeu até aliados próximos”, afirmou uma fonte ligada à articulação política do Planalto.
Padrão de ambiguidade
A atitude de Motta pode comprometer sua relação com o governo e influenciar futuras negociações legislativas. Analistas apontam que o episódio revela um padrão de ambiguidade política que pode enfraquecer a coesão da base aliada.
Nos bastidores, há quem diga que o governo já considera alternativas para neutralizar o impacto da nomeação e reavaliar o espaço concedido a Motta em articulações futuras.






