Em uma entrevista coletiva, na última terça-feira (09), a porta-voz dos EUA, Karoline Leavitt, fez uma grave ameaça à soberania brasileira ao responder uma pergunta sobre a possível condenação de Bolsonaro.
Segundo ela, a força militar seria usada em defesa da liberdade de expressão. “O presidente [Donald Trump] não tem medo de usar o poder econômico e o poder militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, disse Leavitt, citada pela BBC.
E continuou: “A liberdade de expressão é, possivelmente, a questão mais importante do nosso tempo. Ela está consagrada na nossa Constituição, e o presidente acredita fortemente nela.”
O embaixador Celso Amorim, assessor mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos de política externa, declarou considerar a ameaça como grave, relatou O Globo.
Leavitt ressaltou, no entanto, que, até agora, não há nenhuma medida concreta contra o Brasil na pauta da Casa Branca, relatou a CNN.
Mesmo assim, a fala de Leavitt levou o Itamaraty a fazer um pronunciamento oficial, no qual o governo brasileiro repudiou a interferência de outros países na soberania nacional.
Na nota, o órgão rebateu diretamente a questão da liberdade de expressão, apontada por Leavitt como justificativa para interferir na soberania brasileira.
“O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”, disse o comunicado, citado pela Agência Brasil.
A nota enfatizou ainda que o “governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais”.
Amorim afirmou não ver possibilidade de ação militar dos EUA contra o Brasil, lembrando que isso violaria o direito internacional e a soberania do país. “Estamos em um mundo imprevisível, mas não creio que isso seria implementado”, declarou, citado por O Globo.
Fonte: thedailydigest