A captura do médico pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de estupro e foragido da Justiça, foi resultado de um trabalho intenso de meses de investigação, mesmo com toda a rede de apoio montada por familiares e amigos para evitar a prisão. A declaração é do delegado Rafael Bianchi, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que detalhou durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (7) o passo a passo feito pelo médico nos últimos meses.
“Nos últimos 15 dias, recebemos informações que nos levaram até a concretização dessa prisão. Ele estava em um imóvel locado exclusivamente para ele, junto da esposa, em um bairro de classe média, em Paulista, na Grande Recife. No primeiro momento, em novembro, identificamos que ele estava na casa da filha dele, na Casa Forte, em Recife, mas ele conseguiu fugir”, relatou Bianchi.
De acordo com o delegado, após se esconder na casa da filha em Recife, Cunha Lima mudou-se para a cidade de Paulista, onde permaneceu escondido por meses no local. Durante esse período, ele contou com o apoio de outros familiares próximos e de terceiros para manter-se foragido.
“Ele se deslocou para a cidade de Paulista, onde estava há alguns meses. Algumas pessoas fora da família também estavam dando apoio, com a compra de remédios, chip de celular, e hoje, depois de uma campana exitosa, identificamos. Batemos na porta, a esposa dele nos recebeu, visualizamos ele sentado no sofá e demos voz de prisão ao foragido”, explicou Rafael Bianchi.
Ainda de acordo com Bianchi, a movimentação da esposa do acusado na Região Metropolitana de Recife foi um dos principais fatores que levaram à sua captura. “A gente sempre identificou rastro dele em Pernambuco. Ele sempre ficava em residências na região de Recife. Ela [esposa] se arriscava a ir a alguns comércios e, por isso, identificamos onde ele estava”, completou o delegado.
Com a prisão, Fernando Cunha Lima foi encaminhado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, no bairro do Geisel, em João Pessoa, onde prestará depoimento e ficará à disposição da Justiça.
No local, Fernando falou rapidamente com a imprensa, negando os crimes, alegando inocência, além de comentar sobre a possibilidade de permanecer encarcerado. Com confiança de que não permanecerá preso, ele declarou: “Pela minha doença eu não vou ficar preso. Tenho certeza, vou ficar dois dias e saio”, disse.