A Justiça da Paraíba condenou, nesta segunda-feira (17), Luiz Carlos Rodrigues dos Santos a 40 anos, 6 meses e 19 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, cárcere privado e posse ilegal de munição de uso restrito. A sentença foi proferida durante o julgamento realizado no auditório da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Criminal de João Pessoa.
A pena foi definida da seguinte forma:
- Homicídio qualificado: 22 anos, 1 mês e 12 dias
- Tentativa de homicídio: 13 anos, 1 mês e 14 dias
- Cárcere privado: 1 ano, 4 meses e 15 dias
- Porte/posse de arma e munição de uso restrito: 4 anos e 3 dias
As penas somadas totalizam 40 anos, 6 meses e 19 dias de prisão.
O crime
O ataque ocorreu em 12 de janeiro de 2024, na praça de alimentação do Mangabeira Shopping, em João Pessoa. Luiz Carlos, armado com um revólver calibre 38 e carregando 44 munições, atirou diversas vezes contra Mayara Valéria de Barros Ramalho Lemos, de 36 anos, gerente administrativa de um restaurante do local.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que ele continuou atirando mesmo depois que a vítima caiu ao chão, chegando a atingir Mayara pelas costas.
Após os disparos, o agressor invadiu o restaurante, fez um funcionário de refém e recarregou a arma antes de ser imobilizado.
Outras duas pessoas ficaram feridas durante o ataque.
Versão do réu
Durante o interrogatório, Luiz Carlos afirmou ter agido em “situação de necessidade” e disse que havia ido ao shopping “cobrar uma oportunidade de emprego”, já que dias antes participara de uma entrevista no estabelecimento onde a vítima trabalhava. Ele também declarou possuir a arma há cerca de 30 anos.
O Ministério Público, entretanto, destacou que o crime foi motivado por razão fútil, já que o réu reagiu de forma desproporcional à ausência de retorno sobre a vaga.
Quem era Mayara Valéria
Mayara trabalhava havia cerca de dois meses como gerente no restaurante. Natural de Serra (ES), morava em João Pessoa há cerca de nove anos e atuava no ramo alimentício desde que chegou ao estado.
Aos 36 anos, ela era casada e deixava dois filhos: um menino de 10 anos e uma menina de 4 anos. A família optou por realizar o sepultamento no Espírito Santo.
Para complementar a renda, Mayara também trabalhava com aplicação de mega hair.
Laudos médicos apontaram que a morte ocorreu por choque hemorrágico, e descartaram rumores de gestação na época.
O caso gerou grande comoção e levou ao fechamento temporário do Mangabeira Shopping no dia do crime. A sessão do júri, realizada dentro da programação do Mês Nacional do Júri, reuniu familiares, representantes do Ministério Público, defesa e o Conselho de Sentença responsável pela condenação.






