Imagens gravadas pela polícia durante a megaoperação realizada, na última terça-feira (28), no Complexo do Alemão mostram mansões que destoam da realidade das outras casas humildes da comunidade carioca.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não divulgou o proprietário da residência de alto padrão. No entanto, a ausência de moradores após a operação sugere uma forte ligação com o narcotráfico.
A descoberta de “fortalezas” luxuosas não é novidade para as forças de segurança. Em março deste ano, a Polícia Civil demoliu uma mansão de traficantes no alto da comunidade Parada de Lucas, no Complexo de Israel. O imóvel, que ocupava uma área de proteção ambiental e funcionava como um “verdadeiro spa”, pertencia a Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), grupo rival do Comando Vermelho. Peixão segue foragido, com dez mandados de prisão por crimes como associação criminosa, homicídio e tráfico de droga.
Outra mansão e a conexão PCC-CV
Outra residência luxuosa na Vila Cruzeiro (também no Complexo do Alemão) revelou uma conexão interestadual do crime organizado. Além do conforto e da piscina, a casa de três andares era usada para esconder um alvo da Polícia Civil de São Paulo: Kaue Amaral, um “olheiro” ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e suspeito no caso do assassinato de Vinicius Gritzbach.
- Um drone da polícia identificou Kaue na parte mais alta da casa, usufruindo da proteção do Comando Vermelho (CV).
- Durante as buscas, criminosos do CV chegaram a derrubar um drone da polícia que sobrevoava a comunidade na tentativa de planejar a prisão.
- Kaue estaria no Rio com Emílio Gongorra, o Cigarreira, apontado como mentor intelectual da execução em Guarulhos (SP).
Ambos continuam foragidos. A polícia paulista suspeita que a dupla já tenha deixado o Rio de Janeiro, possivelmente buscando refúgio e proteção do crime organizado em países vizinhos.
Ostentação em SP
A ostentação e o tráfico andam lado a lado em todo o país. Em São Paulo, a Polícia Civil descobriu um “mini zoológico” no sítio de Anderson Lacerda Pereira, o Gordão, um dos maiores traficantes da Grande São Paulo.
A propriedade, que também contava com um bunker e uma rota de fuga, abrigava animais exóticos como macacos, araras e até um jacaré, em uma clara referência ao estilo do megatraficante colombiano Pablo Escobar. Gordão, que chegou a figurar na lista de mais procurados da Interpol, foi preso em 2022, acusado de enviar cocaína para a Europa e de fraudar licitações na área da saúde durante a pandemia.
 
			





 
							