A Polícia Civil da Paraíba prendeu nesta quinta-feira (02), em João Pessoa, o quarto suspeito de envolvimento no duplo homicídio dos idosos Nelson e Célia, ocorrido em 18 de agosto, no município de Sapé. A prisão encerra a investigação que vinha sendo conduzida há mais de um mês e que recebeu o nome de “Operação Último Ato”.
O delegado Márcio Pereira, responsável pelo caso, explicou que a operação teve esse nome por dois motivos: “era a última pessoa que estávamos procurando para fechar esse cerco e também porque ele participou do último ato do homicídio, o de Dona Célia”.
Segundo a investigação, o suspeito preso nesta quinta-feira não esteve presente no momento em que Nelson foi assassinado dentro de casa. Ele chegou posteriormente, aguardou a chegada de Célia, que estava em João Pessoa, e participou da execução da idosa. De acordo com o delegado, “quem foi responsável por dar esse mata-leão nela foi o que foi preso hoje. Ele é o responsável por ter asfixiado inicialmente, e o Ailton de ter fechado a boca dela pra que ela não gritasse. Ela ainda conseguiu gritar, e a partir daí eles finalizaram o ato de execução”.
Ainda segundo Márcio Pereira, há informações de que o suspeito chegou a pisar no pescoço da vítima para confirmar a morte, embora ele negue esse detalhe.
Histórico e fuga
O preso já tinha passagens por tráfico de drogas e respondia recentemente por violência doméstica e familiar. Ao perceber que seu nome poderia surgir na investigação, ele deixou Sapé e se mudou para o bairro de Oitizeiro, em João Pessoa, onde foi localizado.
“Quando ele percebeu que prendeu-se o segundo envolvido, ficou com receio e saiu de Sapé. Nós descobrimos que ele havia saído porque o oficial não estava conseguindo localizá-lo no endereço em que respondia por violência doméstica. A partir daí montamos a linha de investigação até o paradeiro dele em Oitizeiro”, explicou o delegado.
A prisão ocorreu sem resistência, após abordagem tática da Polícia Civil. “Os familiares apresentaram e nós realizamos a prisão”, acrescentou.
Durante o depoimento, o suspeito afirmou que o mentor do crime, identificado como Ailton, ofereceu dinheiro para que ele participasse da ação. A quantia giraria em torno de R$ 30 mil, mas o investigado negou ter recebido qualquer valor. “Ele fala que foi oferecido, mas nega que tenha chegado a receber”, disse o delegado.
Conclusão da investigação
Com a prisão, a Polícia Civil considera encerrada a investigação. “Agora sim. O nome da operação quer dizer isso, o fim da operação. Tanto pelo fato dele ser a última pessoa que estávamos procurando, como também por ter participado do último ato desse duplo homicídio”, concluiu Márcio Pereira. O desaparecimento do casal foi registrado em 18 de agosto. Cerca de 45 dias depois, a investigação chega ao fim com a identificação e prisão de todos os envolvidos, segundo a polícia.