A Justiça de São Paulo decidiu manter preso o influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido dele, Israel Nata Vicente, após audiência de custódia realizada neste sábado (16). O casal havia sido detido na sexta-feira (15) em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo, acusado de exploração e exposição de menores em conteúdos para redes sociais, além de tráfico humano.
Ainda não foi divulgado para qual presídio da capital paulista os dois serão encaminhados antes do recambiamento à Paraíba, onde tramitam as investigações.
Defesa tenta habeas corpus
A defesa do casal entrou com pedido de habeas corpus ainda neste sábado na Justiça paulista. O advogado Felipe Cassimiro classificou a prisão como “genérica” e “ilegal”. Em nota, os advogados reiteraram a inocência do influenciador. “Reafirmamos a inocência de Hytalo Santos, que sempre se colocou à disposição das autoridades. A defesa permanece acompanhando o caso de forma atenta e responsável, confiando no devido processo legal e na sensatez do Poder Judiciário”, afirmaram.
Operação conjunta
A prisão de Hytalo e Israel foi resultado de uma operação envolvendo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, além da Polícia Rodoviária Federal. A ordem partiu do juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux, que destacou a existência de “fortes indícios” de tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho infantil irregular.
Na decisão, o magistrado também apontou que o casal teria destruído provas, ocultado documentos e bens, e tentado intimidar testemunhas. “As condutas revelam uma ação coordenada para comprometer o curso regular das investigações e prejudicar a eficácia do trabalho investigativo”, afirmou.
Investigações em curso na Paraíba
O caso ganhou repercussão nacional após denúncias feitas pelo youtuber Felca, que acusou Hytalo de “adultizar” crianças e adolescentes em conteúdos digitais. O MPPB já havia instaurado duas ações civis públicas — em João Pessoa e Bayeux — e o MPT conduz investigação própria, analisando mais de 50 vídeos e ouvindo ao menos 15 testemunhas.
Além disso, a Justiça da Paraíba determinou recentemente o bloqueio das redes sociais do influenciador, a desmonetização de seus conteúdos e a proibição de manter contato com os adolescentes citados nos processos. Também houve a apreensão de celulares e computadores em endereços ligados ao casal.
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