O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB) utilizou a tribuna da Câmara Federal, nesta quarta-feira (11), para expressar sua indignação em relação às alternativas apresentadas pelo Governo para o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O parlamentar criticou as medidas sugeridas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que incluem um aumento significativo de tributos.
“Mais uma vez, o Governo Federal mostra sua incapacidade de fazer o dever de casa. Em vez de cortar gastos e enxugar a máquina pública, o que vemos é um novo pacote de aumento de impostos, anunciado pelo ministro da Fazenda, que recai sobre os setores que sustentam a economia real: o agronegócio, a construção civil, o mercado de capitais e as pequenas poupanças da classe média”, disse o deputado.
Mersinho ressaltou, durante o discurso, algumas das propostas que considera prejudiciais. Ele destacou que o governo pretende acabar com a isenção do Imposto de Renda sobre instrumentos financeiros como LCI, LCA, CRI e CRA, que são fundamentais para o financiamento do setor imobiliário e do agronegócio. Além disso, mencionou a nova taxa de 5% sobre títulos emitidos a partir de 2026, alertando que isso vai desestimular o crédito e elevar os custos da casa própria e dos alimentos.
Mersinho também criticou a intenção do governo de unificar o Imposto de Renda sobre aplicações financeiras em 17,5%, taxar os Juros sobre Capital Próprio em 20% e aumentar a contribuição das fintechs. “Tudo isso em um momento de juros altos, crédito escasso e desemprego entre jovens e mulheres em alta”, enfatizou.
O deputado questionou as promessas do governo em relação ao corte de despesas, afirmando que se tratam de compromissos vagos, sem prazos ou planos concretos. “Não há nenhuma medida efetiva para reduzir supersalários ou combater ineficiências históricas da máquina pública”, criticou.
Mersinho deixou clara sua posição contrária às propostas do governo. “Esse pacote não é uma reforma fiscal. É uma operação arrecadatória mal disfarçada. O governo insiste em tributar o investimento, a inovação, o crédito e o consumo, e evita enfrentar privilégios e distorções estruturais”, disse. Ele defendeu um ajuste fiscal real, responsável e sustentável.