Por André Beltrão — Chama-se Pedro Henrique Costa de Oliveira e mora em Jaboatão dos Guararapes (PE), o marginal alto e forte, de boné e camiseta pretas, filmado agredindo a socos o jornalista Ricardo Antunes, no último dia 13, na saída de uma barbearia, em Boa Viagem, na Zona Sul.
Pedro Henrique Costa de Oliveira, que se declara trabalhador autônomo, recusou-se, contudo, a atender a intimação da Delegacia de Boa Viagem para ser interrogado no dia 21 e, posteriormente, às 11h desta quarta-feira (27), horário e data para os quais o depoimento havia sido reagendado. Seu advogado, João Henrique de Lima Batista da Silva, alegou, em ofício à delegacia, ter ele o direito de não comparecer ao interrogatório. O problema é que o próprio advogado havia dito que ele faria, o que aumentou ainda mais o mistério em torno do mandante.
O advogado Frederico Vilaça, contratado pelo jornalista disse que o intimado está tendo uma orientação jurídica equivocada. Segundo Vilaça, ao se negar deliberadamente a comparecer à delegacia, o agressor não está apenas afrontando a polícia, como pode ser preso pela recusa.
No mandado de intimação ao agressor, o delegado José Alexandre Amorim da Silva, titular da Delegacia de Boa Viagem e responsável pelas investigações sobre o atentado a Ricardo Antunes, adverte que, ao não comparecer, Pedro Henrique Costa de Oliveira pode ser levado à delegacia por condução coercitiva e processado por crime de desobediência, previsto no Código Penal, com pena de detenção de 15 dias a seis meses.
As investigações apontam que Pedro Henrique Costa de Oliveira agiu a mando de alguém. Supõe-se que o mandante foi provavelmente mencionado em alguma das reportagens investigativas de Ricardo Antunes com denúncias sobre malfeitos, como desvio de recursos enriquecimento ilícito ou abuso de autoridade, além de eventuais tretas na iniciativa privada.
Brutalmente emboscado, Ricardo Antunes quase ficou cego do olho esquerdo e sofreu afundamento da face, corrigido com placas e pinos numa cirurgia de duas horas no Hospital Português. Até agora, continua em tratamento das sequelas que sofreu.
As maiores entidades de jornalistas do Brasil como a Abraji, Fenaj, ABI dentre outros se manifestaram pela rápida solução no caso e em total solidariedade ao jornalista pernambucano.