A obra inacabada e depredada de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de saúde, da cidade de Conde, no litoral sul paraibano, foi alvo da série “Obras Inacabadas: 2ª Temporada”, do JPP2, da Rede Globo de Comunicação, visa averiguar obras que foram iniciadas por gestores públicos, mas que nunca foram finalizadas, representando um grave prejuízo de dinheiro público. As reportagens desta nova temporada foram baseadas em mensagens enviadas pelos telespectadores dos telejornais da Rede Paraíba de Comunicação, durante a exibição e após o fim da primeira temporada da série, que foi ao ar em julho de 2023.
Confira a matéria do G1 abaixo:
O município do Conde fica no Litoral Sul e faz divisa com João Pessoa. Lá, a população aguarda a conclusão da construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) há uma década. O convênio com o Governo Federal foi firmado em 2013 e o investimento inicial foi de quase R$ 2 milhões. Paralisada desde 2015, a prefeitura retomou a construção em 2021, e gastou mais R$ 500 mil de recursos próprios. Porém, a empresa não continuou a obra, que parou por falta de dinheiro.
A aposentada Marizete Alves da Silva é revoltada com a situação:
“Eu sei que as janelas de vidros levaram todas, não tem mais nenhuma. Além disso, aqui não tem hospital. Às vezes, até pra pegar uma ambulância, é de duas a três horas para ela chegar na porta da gente”, contou.
No local da construção, a sensação de revolta de dona Marizete é justificada. A estrutura está pronta, já haviam sido feitas instalações de forros, portas, janelas e até da rede elétrica. Mas o que se vê, atualmente, é destruição: do forro ao chão, tudo foi destruído por ladrões que furtaram os cabos de energia. Uma porta de vidro foi levada, e apenas mais uma segue ainda no lugar, que não tem proteção por meio de muros, grades, porteiros, portões ou vigilantes.
Ladrões destruíram o forro de gesso e roubaram toda a fiação da obra da UPA, no Conde — Foto: Beto Silva/TV Cabo Branco
A prefeitura do Conde diz que a empresa que foi contratada para executar a obra deveria ter feito a segurança do local para evitar o vandalismo.
“Em parte destes furtos, a empresa ainda tinha o contrato vigente, e era responsável até mesmo por isso. Alguns materiais foram retirados pela própria prefeitura, para evitar depenarem a obra e tirarem as coisas de dentro. [Na época] Foi acionada a Polícia Civil, e também a gente notificou a empresa relatando o que estava faltando e que já tinha sido pago pela gestão”, disse o secretário de Planejamento do Conde, Márcio Simões.
Obra da construção da UPA do Conde está abandonada, sem vigilância, e sendo alvo de vândalos e ladrões — Foto: Beto Silva/TV Cabo Branco
Uma nova pactuação com o Governo Federal está sendo feita. Um novo projeto, com nova liberação de receitas, deve ser apresentado, o que representa mais custos para os cofres públicos.
“Nós fizemos todas as atualizações das tabelas e das planilhas para dar continuidade na obra em si, e a prefeita está batalhando atrás de novos recursos para poder dar seguimento e entregar essa obra tão importante para a população”, concluiu o secretário.