O empresário Thiago Brennand, alvo de uma série de acusações de mulheres por crimes como estupro, agressão e cárcere privado, contratou para integrar sua equipe de defesa o advogado Roberto Podval. O renomado criminalista já trabalhou para os ex-ministros José Dirceu (PT) e Ricardo Salles (PL), além de ter defendido em 2008 o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da menina Isabella Nardoni, de 5 anos.
Podval se junta a um time que conta com os escritórios dos advogados Gustavo Rocha, do Recife, e Alexandre Queiróz, de Brasília. Desde que passou a ser alvo de denúncias, após agressão à modelo Helena Gomes ocorrida em agosto do ano passado, Brennand já teve ao menos oito escritórios diferentes atuando em sua defesa. Em maio, outro criminalista de renome passou quatro dias na equipe do empresário: Antônio Claudio Mariz de Oliveira. O advogado tem no currículo atuações na defesa do ex-presidente Michel Temer e de Suzane Von Richthofen.
Em um de seus primeiros atos atuando para Brennand, Podval conseguiu vitória contra o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que queria impedir que o filho adolescente do empresário prestasse depoimento como testemunha da defesa em uma ação penal que trata de acusação de estupro a uma modelo americana.
A Promotoria alegou que o jovem, de 17 anos, não deveria ser ouvido por “sofrer forte influência, quiçá opressão” de seu pai — que está preso preventivamente desde abril, em São Paulo. Para o MP-SP, o depoimento do filho de Brennand implicaria em “ofensa aos interesses do adolescente, que não pode ser admitido sob pena de novo corrompimento e revitimização”.
Quatro ações por estrupro
Podval rebateu citando depoimento que o próprio Ministério Público havia colhido do filho de Brennand em setembro do ano passado. Disse que “a preocupação de preservação do menor parece ter ingressado na pauta acusatória somente naquela data”. O criminalista também mencionou que o jovem foi indicado pela própria Promotoria como testemunha da acusação no caso da modelo Helena Gomes.
O juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer, da 2ª Vara de Porto Feliz (SP), decidiu a favor de Brennand. Considerou que o MP-SP havia inicialmente concordado com o depoimento do adolescente e que o pedido para reconsideração deveria vir “calcado em fatos novos”, o que não ocorreu. O filho de Brennand foi ouvido em audiência realizada em 21 de junho, mesma data em que o empresário falou ao Juízo de Porto Feliz.
Thiago Brennand enfrenta ao todo nove ações criminais na Justiça. São quatro processos por estupro, dois por lesão corporal, um por sequestro e cárcere privado, um por calúnia e difamação, e outro por ameaça.
O Globo