Atingida por facadas e com queimaduras em 70% do corpo, a jovem Nayra Jeovanna Coutinho de Souza, de 19 anos, andou dois quilômetros até um condomínio na Praia do Pneu, no limite entre os municípios de Arraial do Cabo e Araruama, na Região dos Lagos do Rio, para pedir ajuda.
A cena ocorreu no dia 12 de abril deste ano. A vítima acabou morrendo 11 dias depois. Suspeita de participar do crime, Anna Clara de Assis Barroso de Oliveira Couto de Farias, de 25 anos, amiga de Nayra, foi presa nesta quarta-feira, numa clínica psiquiátrica em Petrópolis, na Região Serrana. Um cúmplice dela é procurado pelos investigadores.
Anna Clara e Nayra começaram uma amizade há três anos. A família da jovem não via com bons olhos a aproximação das duas e já tinham ocorrido discussões a esse respeito. No dia 11 de abril, com o marido de Nayra viajando, as duas combinaram de sair juntas e foram para Búzios, também na Região dos Lagos.
Na manhã do dia 12, Anna Clara procurou a 118ª DP (Araruama) e contou uma história que a polícia considerou fantasiosa: disse que as duas foram abordadas por dois motoqueiros que levaram o celular de Nayra. Um dos bandidos teria entrado no carro da jovem, um C3 preto, e seguiu com as duas até a Praia do Pneu, ameaçando matá-las. Lá, de acordo com a versão da suspeita, o criminoso jogou gasolina nas duas e depois mandou que Anna Clara esfaqueasse Nayra.
A jovem, de acordo com Anna Clara, conseguiu tomar a faca e teria partido para cima de Nayra. As duas, então, teriam fugido correndo, uma para cada lado. Anna afirmou que foi até a Estrada de Praia Seca, onde pediu ajuda a um motorista que passava pelo local. Ela disse ter acreditado que Nayra fora pega pelo bandido porque ouviu gritos.
Enquanto Anna Clara estava na delegacia de Araruama, chegou a notícia de que Nayra havia sido localizada. Mesmo muito ferida, a jovem conseguiu chegar até o condomínio, onde foi recebida por um funcionário. Um morador a socorreu e levou-a ao Pronto-Socorro de Figueiras. Nayra foi transferida de helicóptero para o Hospital estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde acabou morrendo.
Extra Globo