A movimentação de um grupo sem-terra em um acampamento localizado em frente à Fazenda Santa Eliza, de propriedade da Familia Corrêa da Costa, da família da senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), elevou a tensão na região de Terenos desde o início da madrugada deste domingo.
A fazenda pertence ao espólio de Maria Manoelita Corrêa da Costa, mãe da senadora Tereza Cristina.
De acordo com informações da Polícia Militar de Terenos, foi identificado um grupo de oito pessoas na qual duas se apresentaram como líderes do acampamento Fênix.
Segundo a PM, o grupo não chegou a invadir permanentemente a propriedade. “A PM foi acionada e chegando ao local, foram identificadas oito pessoas e duas se denominaram líderes do acampamento Fênix”, informou a PM.
O Correio do Estado apurou com o engenheiro agrônomo Fernando Corrêa da Costa Neto, irmão da senadora Tereza Cristina, e um dos proprietários da Fazenda, que é do espólio da mãe deles, que o grupo de sem-terra entrou pela manhã na propriedade para cortar madeira na reserva legal, ocasião em que foram flagrados por policiais.
“Eles foram retirados de dentro da fazenda. Pelo que apurei, eles estão lá em frente”, disse Fernando Corrêa da Costa Neto.
A senadora Tereza Cristina também falou com o Correio do Estado. “Já foram retirados pela polícia. Pacificamente”, disse.
Conforme o advogado de Fernando Corrêa, Brenner Lucas Dietrich Espíndola, o grupo que invadiu a fazenda chegou de madrugada. “Eles adentraram à área de reserva legal da propriedade e lá fincaram uma bandeira do MST”, conta o advogado. “Estamos desde a manhã desta segunda nesta envolvidos nisso”, admitiu.
O Correio do Estado procurou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que negou qualquer relação com a escalada de tensão na região. O interlocutor do MST, inclusive, informou ao Correio que o foco do movimento em Mato Grosso do Sul é a “agricultura ecológica e orgânica” e não ocupação de terras.
Uma mulher que participa da ocupação teria sido detida para prestar esclarecimentos. Ainda não há a confirmação se o motivo seria esbulho possessório (quando se tenta invadir uma propriedade privada) ou por crime ambiental (há relatos que os sem-terra tiraram parte da reserva para montar o acampamento).
“Em resumo, foi uma preparação de invasão. Um grupo que adentrou ao local, para retirar madeira para fazer os barracos”, informou Fernando Corrêa da Costa Neto ao Correio do Estado.